sábado, 8 de maio de 2010

Inesquecível 07 de abril de 2010

Seria apenas um dia de chuva forte se não fosse os desejos reascendidos entre o barulho do vento e a força da água contra a janela.

A cada intensificação das gotas contra o vidro, trazia consigo a preocupação com os próximos, com os distantes e com os iguais, seres humanos, formados pelo paradoxo coragem e medo.

Nessa avalanche de sentimentos, um, em especial, ressaltava-se, querendo transpor a todos os outros maduros e racionais, compatíveis com a idade e posicionamento ideológico que se tenha. O desejo de se ter novamente 10 anos. Quando em dia de chuva ficávamos em casa, vendo a torrente através do vitrô da janela de madeira antiga, sob a proteção e o olhar atento de nossos pais.

Embora crianças, não tínhamos medo, sabíamos que papai e mamãe fariam tudo por nós. Éramos seguras, confiantes e inatingíveis. Se faltasse luz, cantávamos, brincávamos de Show de Calouros, Qual é a música... Calávamos apenas se houvesse raios e trovões em sinal de respeito. Deus estaria zangado.

O medo era passageiro pois estávamos juntos.


Hoje, cada uma em sua casa com suas vidas, com seus afazeres, o medo se apresentava insistente pois não havia a certeza da segurança, da proteção de alguém que faria tudo por nós.

Como eu queria ter passado o dia em pé sobre o sofá, olhando a chuva pelo vitrô e cantando com minha irmã, como sempre fizemos num dia comum de chuva forte.

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