segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Pedido de Desculpa

Olá, Pessoal


Estou ausente porque, como sempre, estou assoberbada de tarefas. Podem acreditar, não é hipérbole jogada fora!!!!! Estou participando de um projeto na escola que me toma tempo e eu o dôo com prazer. Tristemente é o tempo que tenho para postar algo aqui que foi cedido a esta proeza.

O grande barato é que a revitalização da Biblioteca foi concebia por mim, em 2006. No entanto, quando pensei em levar a proposta à direção, iniciou-se um projeto de catalogação do acervo. Logo, abandonei a idéia. Agora, surge esta iniciativa e eu estou muito animada, pois poderei executar o que vislumbrei há tempos. Confesso: li o livro O Segredo ou The Secret. É... vibrei na energia certa e o projeto voltou pra minhas mãos.

Aproveitando a oportunidade, levantei uma lista de títulos como sugestão de aquisição para o nosso acervo. Apanhei um pouco na hora da Literatura Infanto-juvenil mas foi enriquecedor. Quando terminei a lista, deu-me vontade de adquirir todos os livros e lê-los para meu sobrinho. Daí, pensei: por que não dividir com os papais, mamães, titias e afins que ficam perdidos na hora de comprar um livro infantil? Posto a lista para que vocês a consulte quando forem comprar um livro que pode levar os pequenos a uma viagem emocionante.


Beijocas e até o próximo fôlego.



Super lista:
A Arca de Noé De Vinícius de Moraes
A Bolsa Amarela" De Lygia Bojunga
A Fada que Tinha Idéias De Fernanda Lopes de Almeida
A Flor do Lado de Lá De Roger Mello
A Maior Flor do Mundo De José Saramago
A Moça Tecelã De Marina Colasanti
A Televisão da Bicharada De Sidônio Muralha
A Vida Íntima de Laura De Clarice Lispector
Alice no País das Maravilhas" De Lewis Carroll
As Aventuras de Tom Sawyer De Mark Twain
As Mil e Uma Noites - Volumes 1 e 2 Versão de Antoine Galland, com tradução de Alberto Diniz
Os Miseráveis" De Victor Hugo, com tradução de Walcyr Carrasco
As Narrativas Preferidas de um Contador de Histórias De Ilan Brenman
Bisa Bia, Bisa Bel" Escrito por Ana Maria Machado
Bruxinha Atrapalhada De Eva Furnari
Chapeuzinho Amarelo De Chico Buarque
Contos de Grimm De Wilhelm e Jacob Grimm
Contos de Perrault De Perrault
Corda Bamba De Lygia Bojunga
De Não em Não De Bartolomeu Campos de Queiróz
Dengos e Carrancas de um Pasto De Jorge Miguel Marinho
Diário de um Gato Assassino De Anne Fine, com tradução de Mariana Rodrigues
Doze Reis e a Menina no Labirinto do Vento De Marina Colasanti
É Isso Ali De José Paulo Paes, com ilustrações Walter Vasconcelos
Exercícios de Ser Criança"De Manoel de Barros
Fábulas De Monteiro Lobato
Faca Afiada De Bartolomeu Campos de Queiróz
Histórias de Bobos, Bocós, Burraldos e Trapalhões"De Ricardo Azevedo
Histórias Maravilhosas de Andersen De Hans Christian Andersen
História Meio ao Contrário De Ana Maria Machado
Indez De Bartolomeu Campos de Queirós
Indo Não Sei Aonde Buscar Não Sei O Quê De Angela-Lago
Lin e o Outro Lado do Bambuzal De Lúcia Hiratsuka
Mania de Explicação De Adriana Falcão
Marcelo, Marmelo, Martelo e Outras Histórias De Ruth Rocha
Memórias da Emília De Monteiro Lobato
Menina Bonita do Laço de Fita"De Ana Maria Machado
Meninos do Mangue De Roger Mello
Meu Livro de Folclore De Ricardo Azevedo
Não Olhe Atrás da Porta De Lia Neiva
No Olho da Rua De Georgina Martins
Nossa Rua Tem um Problema De Ricardo Azevedo
O Bichinho da Maçã"De Ziraldo
O Gênio do Crime"De João Carlos Marinho
O Mágico de Oz" De Lyman Frank Baum
O Menino Maluquinho" De Ziraldo
O Menino Quadradinho De Ziraldo
O Menino que Espiava pra Dentro De Ana Maria Machado
O Olho de Vidro do Meu Avô De Bartolomeu Campos de Queirós
O Pequeno Nicolau De René Goscinny
O Pica-pau Amarelo De Monteiro Lobato
O Sofá Estampado De Lygia Bojunga Nunes
Onde Tem Bruxa Tem Fada De Bartolomeu Campos Queirós
Os Doze Trabalhos de Hércules De Monteiro LobatoEditora Brasiliense
Os Rios Morrem de Sede De Wander Piroli
Ou Isto ou Aquilo De Cecília Meireles
Palavras, Palavrinhas e Palavrões De Ana Maria Machado
Pé de Pilão De Mário Quintana
Pererêêê Pororóóó" De Lenice Gomes
Peter Pan De James Barrie
Poemas para Brincar De José Paulo Paes
Poesia Fora da Estante (volumes 1 e 2) De Vera Aguiar, Sissa Jacoby e Simone Assumpção
O que os Olhos Não Vêem De Ruth Rocha
Raul da Ferrugem Azul De Ana Maria Machado
Reinações de Narizinho" De Monteiro Lobato
Restos de Arco-Íris De Sérgio Capparelli
Sabedoria das Águas De Daniel Munduruku
Seis Vezes Lucas De Lygia Bojunga
Sua Alteza, a Divinha - Um Conto do Nosso Folclore De Angela-Lago
Todo Cuidado é Pouco! De Roger Mello
Um Homem no Sótão De Ricardo Azevedo
Um Passarinho Me Contou De José Paulo Paes
Viagem ao Céu De Monteiro Lobato





terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cronicando

1º DE JANEIRO DE 2005

FernandaSantos


Neste Ano Novo, quero tudo novo. E, nada melhor que a água para iniciar esta renovação.

Foi assim que senti minha vida transmutada: o meu 2005 seria límpido, incolor e inodoro, pronto para ser solução diluente. Até meu rejuvenescimento estivera garantido; encontrava-me diante da fonte da juventude que brotou em minha sala no primeiro dia deste ano.

De repente, me vi imerso - não no mar saldando Iemanjá e muito menos Netuno - mas no alagamento do meu apartamento. Acordo e encontro minha sala de estar alagada. Fazer o quê? Secar a água é o óbvio.

Durante o tempo em que esticava o pano de chão e o torcia no balde, vi a retrospectiva do meu 2004 passar feito programa de TV apresentado em fim de ano. Refletido ali, naquele espelho límpido, mas tão molhado. Percebi que a nossa vida corre rápida, como água que escoa. Que ela por mais que se empoce, um dia encontrará um caminho para seguir seu rumo. Nesse encontro, onde ela é impotente para escolha, cabe conformar-se com o que a superfície lhe oferece. Se há alguma tortuosidade, ela pára, espera, se acumula e transborda em busca da liberdade. Se a trilha é plana e, ainda, quedada, à vontade ela cumpre seu destino de seguir, ir longe até aonde seu fluxo permitir.

Aqui, agachado, cerco-a por todos os lados. Não quero que ela ultrapasse. Enquanto a reservo num balde para ser despejada no ralo. Noto quantas coisas boas não cerquei, não torci até a última gota. Quantas pessoas deixei de acumular no balde do meu convívio, no balde de meu gostar e quantos momentos joguei pelo ralo. O quanto o medo foi maior que a força da água. Transformei-me, aos poucos, em um ser indefinido, sem forma, sem contorno, sem preenchimento.

Viver, tornou-se complicado e perturbador. O mundo em que eu me isolei era composto por formas frias e insosas. O céu sobre minha cabeça não era azul, pelo contrário, apresentava-se constantemente cinza. Dentro deste mundo percebi o que é a força do desejar. Morri para vida quando renunciei ao desejo. O que me impulsionava à criação, ao amar, ao viver deixou-me só com a lembrança do que foi felicidade para mim.

Dor... que dor é essa que me consome, rasga o peito com o punhal fino da apatia. Não, não culpo ninguém, a escolha foi minha. Não cabe a ninguém me dar os melhores momentos da minha vida, mas somente a mim criá-los.

Acho que a minha última prece do ano foi ouvida. Os deuses, os orixás, os guias ouviram meu clamor por renovação. E, começaram, justamente, pela minha sala.



Crônica publica na antologia Onze cores da uva, organizada por Christina Ramalho, editora OPUS, 2006