sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dia do Professor

Passamos em torno de quatro anos lendo, ouvindo sobre o papel social do professor, no quanto nossa atuação deve fazer a diferença e tantos outros conceitos tão fáceis de serem compreendidos nos livros especializados. Nosso coeficiente acadêmico é excelente, somos formados, informados, treinados, e muito bem treinados, nas teorias.

Em sala, a realidade nua e crua. Sim, é um lugar-comum. Pois já são mais do que conhecidas as dificuldades de se exercer a profissão, hoje. Aí, vamos tentando, acertando, errando, aprendendo.

Em 15 de outubro para alguns, é claro, acordamos ansiosos pelas felicitações, pelo reconhecimento, pelo menos por uma lembrança da data.

Desculpe-me se pareço soberba com o que vou dizer. Eu recebi minha homenagem pelo dia do professor na semana passada. No dia 20, acompanharei uma aluna ao recebimento de um prêmio por ter obtido o 2º lugar no concurso de poesia da União Dos Professores Públicos Estaduais (UPPES). Que presente, né?! Não, isso ainda é mais valoroso. A aluna ganhadora deve estar há mais de 40 anos fora da escola.

Agora, entendo toda aquela teoria aprendida sobre o fazer a diferença. Não a ensinei a escrever poemas, sequer dei-lhe um livro de poesia. Apenas acolhi sua experiência quando a trouxe para sala. Ao me mostrar seus escritos, tímida, receosa com a crítica que poderia receber, folheou um caderno com um, dois, dez, vinte, cinquenta poemas.

Acolhi, acreditei e a inscrevi no concurso. Não discriminei sua linguagem, não desprezei sua bagagem de experiências, seu conceito de belo e seu orgulho em ter produzido. Ela me deu a oportunidade de pôr em prática o que há pouco eu defendia teoricamente com tanta proprieadade em uma monografia.

E lá estarei eu, no dia da premiação, inflamada de orgulho pela oportunidade de participar da conquista de um aluno e por ter conseguido “concretamente” fazer a tão ensinada diferença.

Um lindo dia dos Professores para nós que ainda acreditamos em nosso papel.